Daniel Munduruku abre ano letivo da rede municipal com palestra sobre ancestralidade e infâncias

Daniel Munduruku abre ano letivo da rede municipal com palestra sobre ancestralidade e infâncias

Nesta quinta-feira (1º), a rede municipal de ensino de João Monlevade deu início ao primeiro encontro formativo do ano de 2024 com uma palestra marcante ministrada por Daniel Munduruku, renomado escritor e educador indígena. O evento, que reuniu professores, monitores e equipes gestoras da educação infantil e ensino fundamental, teve como objetivo central promover reflexões sobre a ancestralidade e as infâncias.

Daniel Munduruku, pertencente ao povo indígena Munduruku, é reconhecido por sua vasta contribuição para a literatura infantojuvenil e sua atuação na área educacional, sendo mestre e doutor em educação pela USP e pós-doutor em linguística pela UFSCar. Em sua palestra, Munduruku enfatizou a importância de valorizar os conhecimentos dos povos indígenas, ressaltando que há muito a aprender com as culturas originárias do Brasil.

"Nossa grande mestra é a natureza, e o povo indígena é muito criativo, capaz de olhar para sua existência sem destruí-la, ao contrário do que ocorre com os ocidentais", afirmou Munduruku, destacando a sabedoria e a harmonia presentes nas práticas indígenas em relação ao meio ambiente.

Além de discutir a valorização dos saberes indígenas, Daniel Munduruku abordou a necessidade de construir uma nação brasileira inclusiva, reconhecendo e valorizando as contribuições dos povos negros e indígenas para a formação da identidade. "Não podemos negar quem somos, mas o discurso dominante deseja isso. Quando olhamos para trás, vemos pretos e indígenas, e as pessoas não querem reconhecer esses povos", comentou o educador.

A palestra de Daniel Munduruku também destacou a importância de respeitar o tempo e a vivência das crianças, oferecendo a elas condições para viverem plenamente cada momento de suas vidas. Ele enfatizou a necessidade de os adultos proporcionarem um ambiente que permita às crianças serem "plenamente crianças", respeitando seus ritmos e experiências. "Uma criança precisa ser criança, plenamente criança. Cabe aos adultos oferecerem condições para que isso aconteça", ressaltou Munduruku, destacando a importância de uma abordagem pedagógica que valorize a natureza e respeite os ciclos da vida.

Boas-vindas

A secretária de Educação, Maria do Sagrado, iniciou um momento de reflexão e formação para os profissionais da educação, destacando a importância de conscientizá-los sobre seu papel crucial na educação. Ela compartilhou diversas ações realizadas nos últimos três anos, visando proporcionar uma educação mais humanizada e eficaz, incluindo a valorização profissional, ampliação do número de vagas para crianças de 0 a 3 anos, implantação do Orçamento Participativo (OPE), reforma de escolas, democratização da gestão escolar, entre outras iniciativas.

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• 02 Fev, 2024
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Última modificação em 02/02/2024